Acabo de ler "Eles Eram Muitos Cavalos", de Luiz Ruffato. Ele tem um estilo moderninho de escrever, cria vários neologismos, usa uma linguagem cinematográfica e tal. Sempre curti mais os clássicos, mas o livro é muito bom. Em 70 partes, contos ou não sei o quê ele descreve vida e cotidiano dos anônimos de São Paulo. Obrigatório para os que nasceram ou vivem na cidade.
NATAL

Menu de Natal preparado por mim... Simples, mas agradou meu pai, que não gosta de frescuras. Tabule (eu fiz pela primeira vez), arroz marroquino (com amêndoas, snoubar e frango) e peru com frutas secas. Para beber, chardonnay chileno, tempranillo espanhol e cabernet sauvignon.

Depois de três dias em casa eu consigo ver direitinho porque é que eu moro em outra cidade.

Tem ceia organizada? Não na minha casa.

Por que o meu pai teima em tomar Chapinha?

Por que minha irmã sempre briga com o namorado?





Na minha tentativa de ser básica fui ao shopping comprar uma camiseta Hering. Queria uma branca que fosse também justinha no corpo. O único modelo assim era gola V, que eu não queria. Cansada de tanto tentar ser básica eu comprei uma blusa branca, de um ombro só e cheia de fitas na Lucy in The Sky.
Irmã

Eu vi minha irmã Mariele nascer. Eu tinha 6 anos e ela deu de vir ao mundo bem no dia do casamento de tia Suely. Já nasceu atrapalhando. Como toda caçula, ela é insuportável, mimada e folgada (tá, estes adjetivos também valem para mim, mas minha irmã é demais). Ela passou no vestibular de Educaçao Física e agora é professora
de ginástica. Hoje fui assistir sua aula de localizada e body jump. Fiquei orgulhosa da minha maninha, que apenas no segundo período já dá uma aula muito boa.
Eu adoro o Nilmário

Ele é mineiro de Teófilo Otoni. Ele cursou jornalismo na UFMG, ele sempre foi o defensor de oprimidos, pobres, injustiçados e agora, merecidamente, ele ganha
a Secretaria de Direitos Humanos.
MOMENTO FILOSOFICO....OU NEM TANTO

Deixar o apartamento onde vivi por dois anos e meio me fez triste e aliviada. Triste porque toda mudança carrega em si o desfazer de um cotidiano. Tirar quadros da parede, desmontar os móveis...você pensa em todo o dinheiro gasto, as compras, o trabalho. Tudo se transforma nisso... peças de móveis espalhadas pela casa. Dispensáveis.

O alívio é ver que não dependo de nada disso para viver. Não preciso me preocupar em trocar minha velha continental por um frost free, comprar uma TV, ter aquele box americano anunciado no jornal. Agora serei básica. É isso aí, blusinha Hering e tênis All Star serão minhas últimas compras. Eu juro.
Fui conhecer a livraria Boa Vista, na Faria Lima. O lugar é agradável, tem um café na parte de cima e vendedores bem simpáticos.
"The journey is also the destination"

Como os detentos, eu, desempregada, agora leio livros de auto-ajuda.
Keep it Simple, de Nick Page
Tenho dois amigos: A. e G. Suas identidades não serão reveladas. Eles moram juntos em completa harmonia. Dividem a casa, os amigos, os passeios. Quando um vai para um hotel com a namorada, o outro também vai. Quando um está solteiro, o outro é solidário. O amor é lindo.
Fui conhecer o Mille Foglie, livraria especializada em gastronomia na rua da Consolação, 3542, entre a Rua Oscar Freire e a Rua Estados Unidos.
O lugar é simplesmente agradabilíssimo. Além de lançamentos e clássicos brasileiros e internacionais, a loja tem um simpático café e, a partir de fevereiro, passa a servir refeições. No fundo as proprietárias plantam manjericão, salsinha, cebolinha etc. As ervas serão usadas nas aulas que devem promover entre os clientes da livraria. Fiquei lá algumas horas da minha tarde de desemprego tomando sorvete de chocolate amargo e lendo "O Reino e o Poder - Uma História do New York Times" de Gay Talese. Felicidade suprema.
Domingão estarei de mudança para BH. Eu que sempre dizia não voltar para lá nunquinha. Como é que é mesmo aquele ditado? "Nunca diga daquela água..."
Como assim aquelas velhinhas coreanas conseguem nadar peito e eu não?
Desempregada vai às compras:

_lenço preto de renda na Vida Bandida - Galeria Ouro Fino
_blusa na Bazzar de Moda - Galeria Ouro Fino
_sombras douradas!! e iluminador na Contém 1g
Bolsa de 6 semanas na Holanda
"Internet para jornalistas"
Ontem fomos ao Zoso, asian bar na Vila Nova Conceição. O lugar já está entre os eleitos de bares agradáveis de Sampa.
O cardápio traz, além de combinados japoneses, pratos quentes tailandeses, malaios e indonésios!! Na sobremesa não
há muita inovação. Lá estão os campeões petit gateau e frutas flambadas com sorvete de creme.
Por que duas taças de vinho de dia fazem mais efeito que duas taças de vinho à noite?
ONODERA transformando minha vida

Costumo fazer alongamentos na sexta-feira. Uma aula de uma hora de duração, muito frequentada por donas-de-casa, mocinhas fora de forma e poucos homens. De caráter meio auto-ajuda, formamos duplas para nos alongarmos melhor. Na primeira vez, o único homem da sala foi meu par. Puxa aqui, espicha de lá, no fim da aula já estávamos íntimos. Nesta última sexta, minha companheira foi uma loirinha suada de mãos fortes. Depois de uma hora, com direito a massagem, já nos chamávamos de amiga e trocávamos dicas sobre cabelereiro, academia e lojas.
O mundo lá fora está vivendo e eu aqui neste quarto fechado.
DEJA-VU

Jornalistas espanhóis se julgam mal pagos e explorados.
Alexal também é serviço:

Blog interessante de um especialista em Internet chileno.

Inscrições para a BBC só vão até segunda.

Programa de Bolsas para 4000 estudantes latino-americanos. (Contribuição da querida Alessandra)




Menu de hoje: Fusilli with creamy tomato herb sauce y tuna. Na verdade, macarrão
parafuso com molho de tomates (de latinha) com atum picadinho.
But.... acompanhado por duas taças deliciosas de vinho branco.
Ontem foi o niver de Arbano, fomos ao Tantra, aquele restaurante que se diz de comida afrodisíaca. Na primeira vez em que fui, há alguns anos, achei ducaralho o bufê mongol, em que você escolhe os alimentos crus e depois leva a um moço que grelha tudo numa chapa quente. Agora, com as papilas gustativas mais exigentes, vi que a comida nunca fica no ponto certinho.
Como assim eu não trabalho e continuo não tendo tempo para nada?
THE SHOW MUST GO ON

Desempregados também são gente, por isso ontem eu tomei sol, clareei pêlos, fui na academia e depois fiz uma chapinha básica.
Se eu fosse louca eu esquecia que sou desempregada e comprava um Renault Scénic.
Cacá linda, foi a última a saber.. mas seu blog era o único que eu lia todo dia.. Fora o da kelly, é claro.
ARTE?

Os mais novos desempregados do Brasil, Loffredo e Alexal, tentaram ir ao cinema nesta tarde. O mundo que trabalha, nas imediações da Paulista, não deixou. Depois de enfrentar trânsito ferrenho e perder a sessão, fomos ao Itaú Cultural ver a mostra "Claro Explícito", da curadora Bia Lessa. Dentre baratinhas, notas empilhadas de dinheiro e fotografias de jornais, as instalações discutem a violência do mundo contemporâneo. Is this art?
Meu último texto no BOL na Mesa.
TRÉGUA

MEUUUUU. A kelly deu um link para mim no blog dela... Momento histórico. Inclusive, ela merecerá um post só para nossa história de guerra e paz.
Caso eu não vá para a Espanha meu futuro para o próximo mês já está definido: vou passar 30 dias vendendo colchões no nordeste. Com meu pai.
Sempre que vejo um daqueles estandes de empresas de cartão crédito penso que eles, no íntimo querem dizer: "Vem seus pobretões, comprem a prazo, se encham de dívidas, paguem o mínimo, morram com os juros".
Acho que estou ficando neurótica. Olho para as pessoas na rua e me pergunto: em que será que elas trabalham?
A sensação de uma desempregada varia entre : "os outros são trouxas, esperto é você" e "eu sou um merda, não trabalho e o mundo continua girando"..
Que mulher usaria calça de couro vermelha e sandália furta-cor, com flores, num mesmo dia? Claro, só a oleosa.
O primeiro dia de demitida foi bom e ruim. De ruim ele teve almoço no Meats (argh) da Pamplona e quatro quarteirões de sol. De bom ele teve cineminha às 14h, cafezinho do Z-Deli, lenço novo da Acessórios Modernos, dormidinha, academia, e saída para o Empórium da Serra (barzinho mela-cueca na Serra da Cantareira).

Em Palíndromo, do cineasta brasileiro Philippe Barcinski, um executivo é demitido de um grande banco, não se conforma com sua nova situação e acaba tirando a roupa em plena avenida Paulista. O destaque é que o filme é contado de trás para frente. A primeira cena é ele, de pé, na última calçada da Paulista, antes da Rebouças. Eu vivi esta cena na sexta, em meu primeiro dia.
Marie-Jo e Seus Dois Amores: nem todos resistem a uma escolha.