Em busca do tempo perdido tenho tentado ver todos os filmes velhos e interessante disponíveis na Blockbuster. Como agora eu sou uma pessoa muito metódica, daquelas que embalam tudo em filme plástico e coloca nomes nos potinhos, estou alugando em ordem alfabética. Claro, salto os ruins. Vi quatro no fim de semana:
1) "Furyo - Em Nome da Honra" - Sakamoto e Kitano -já consagrados artistas japoneses- estão ótimos neste filme, metáfora da atração exercida pelo Ocidente no pensamento oriental. E vice versa. De um lado, um forte código de honra. De outro, a decadência, que não deixa de ser atrativa (David Bowie é a cara de nosso mundo como o oficial britânico Jack Celliers). A atração e o poder se alternam entre os soldados confinados durante a Segunda Grande Guerra. Oshima, o diretor, aborda ainda a homossexualidade masculina de uma maneira nova, tensa. A cada minuto esperamos que algo aconteça, que exploda. Não, o mundo não está preparado. Matar é preciso para salvar a honra.
2) "O Caminho Para Casa" - chinês imperdível do mesmo diretor do aclamado "Lanternas Vermelhas" e "Nenhum a Menos". Não é um filme para quem acha o cinema oriental sem ação. A sensível história de um amor entre uma camponesa e o professor da vila onde morava. Tudo começa com a morte dele. A esposa quer carrega-lo a pé, de volta para casa, seguindo uma antiga tradição da China pré-revolução cultural. Uma ode ao amor eterno.
3) Ontem, Hoje e Amanhã - Três histórias muito divertidas com Marcello Mastroianni e a belíssima Sophia Loren. Leveza necessária após os orientais.
4) Bagdad Café - cult-movie dos anos 80, o filme é uma graça. Inusitadíssimo. Para começar, as protagonistas são uma sexy gordinha alemã e uma negra que não para de gritar. A primeira largou o marido à beira da estrada, a outra foi abandonada depois de muitas brigas. As duas querem mudar de vida. A saída está na amizade, que vai levar quase o filme inteiro para acontecer.
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