Preconceituosamente digo: "odeio arte moderna". Por arte moderna chamo todos estes vídeos, esculturas, instalações e quadros "sem sentido", aqueles que parecem terem sido feitos por um aspirante artista plástico que fuma maconha todo dia e trepa com sua roommate, sabe como? Pois fui à Oca com a sensação de que perderia algumas horas tentando me emocionar e/ou entender artistas britânicos dos anos 60 ao 00 igualmente despirocados.

Mas a mostra "Arte Britânica da Tate de 1960 a 2003" me surpreendeu muito. Claro que tem muita coisa ruim. Mas fui apresentada ao genial é David Hockney, às fotos vivas de Sarah Jones e aos retratos pretensiosos de Sarah Lucas. Também ótimo é Hamilton, que imprime fotografias em impressoras jatos de tinta. Em 3010, quando outras gerações forem aos museus, verão como nossa sociedade estava desintegrada, desiludida e completamente tomada por valores deturpados. Num grande quadro de Hockney, um casal nos olha. Entre eles, um gato, um telefone e uma janela com o azul do céu californiano. No olhar, só o retrato da desintegração do relacionamento. Em que outro século isso poderia ter sido pintado?

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