I HAVE A NEW HAIR

Adentrei corajosamente pelo grande salao branco. Estava decidida a deixar o afamado Wanderley Nunes fazer o que ele quisesse em minhas madeixas. Afinal, seria a primeira e unica vez. Pegou, examinou com olhos severos por detras de lentes azuis de um oculos moderninho e disse: "vou manter o tamanho, gosto de cabelo grande. Mas vamos fazer um queimado de sol ai". Fantastico. Era exatamente o que eu queria.

Em menos de nove minutos cortou-o e picotou com a seguranca so os cabelereiros que se julgam fodas sabem fazer. Um coisa a la Silvana Gurgel, que fez minha primeira franjinha. Sai com a cabeca doida mas nem tive tempo de me recompor. Fui cercada por tres assistentes mexeriqueiras e estovadas -como nos piores saloes-escola perto da rodoviaria de BH- que secaram tudo. Eu estava pronta para a balaiagem "sur fair" com filmes plasticos, processo a que fui submetida por mais de uma hora.

Ele ia e vinha, dava dicas e batia papo. Cabelereiros fodoes nao ficam com a mao na massa o tempo todo, so dao atencao, afagam os cabelos, chegam para o ultimo retoque e arrancam um sorriso da madama, que deixarah uma gorjeta mais gordinha. Queria fazer uma carequinha + cavanhaque no namorado e veio me mostrar uma foto. Aprovei, arrancando dele um sorriso. Cabelereiros fodoes nao gostam de ser contrariados. Marcia, a manicure, me mostrava tons ameixa para as unhas. Incrivelmente boa, mas 2x mais cara que a minha Marcinha mal-humorada do JJ.

Quase 22h, me escovaram, mas sem prancha. Wanderley carregara a dele e nao havia mais ninguem no local. Como assim eu vou embora SEM CHAPINHA?!! "Vai ficar liserrimo, vc vai ver", prometiam. Eu ja previa tudo, porque do meu cabelo eu entendo, e ele eh viciado em chapinha. Hoje, as 10h, la estava eu a porta do Marcelles. Depois de tres horas no Studio W, nada como o bom e velho salaozinho do bairro da gente.

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