Não pude resistir a comprar HELL 75016, o livro-escândalo do ano na França, pátria da não-menos polêmica Catherine Millet. A moça que escreveu o livro, Lolita Pille (19), é uma bem-nascida escrota que resolveu contar como é sua vida de dondoca em meio a bolsas caras, boites, ferraris e viagens. Ela é realmente cínica e espelha bem esta geração de adolescentes auto-destrutivas.
"Eu sou uma putinha. Daquelas mais insuportáveis, da pior espécie; uma sacana do 16ème, o melhor bairro de Paris, e me visto melhor que a sua mulher, ou a sua mãe. Se você trabalha num lugar "metido", ou é vendedora numa butique de luxo, com toda certeza gostaria que eu morresse; eu, e todas as minhas iguais. Mas a gente não mata a galinha dos ovos de ouro. De forma que a minha espécie insolente irá perdurar e proliferar... Sou o símbolo manifesto da persistência do esquema marxista, a encarnação dos privilégios, os eflúvios inebriantes do capitalismo. Como digna herdeira de gerações de mulheres da sociedade, passo muito tempo na boa vida cobrindo de esmaltes minhas unhas; folgada tomando banho de sol; com a bunda sentada numa poltrona com a cabeça entregue às mãos de Alexandre Zouari, ou olhando vitrines na rue du Fauborg Saint-Honoré, enquanto vocês passam o tempo todo trabalhando para pagar as porcariazinhas que precisam. Sou o mais puro produto da geração Think Pink; meu credo: seja bela e consumista. "
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