Tinha prometido a mim mesma nunca mais ver filme iraniano com seus meninos catarrentos correndo atrás de sapatos, balões brancos e jarros quebrados. Mas, como não tinha opção aqui na rocinha, fui assistir "Dez", de Abbas Kiarostami e fui surpreendida por um comovente retratato da feminilidade iraniana. Fora uma ou outra questão local, como o uso de chador em mausoléus, elas enfrentam problemas tão comuns quanto as mais modernas de nós ocidentais: sentir-se culpada por separar-se do marido, ter pouco tempo para conciliar trabalhos e filhos, não se casar, sofrer por ter sido abandonada pelo amado etc. Todas as histórias se passam no carro de uma jovem mãe, cujo filho a cobra por não obedecer aos costumes morais iranianos.

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