Alexal vai ao rodízio
Não que eu nunca tenha ido antes. Mas deploro estes grandes lugares, barulhentos, cheio de gente que quer comer até se empanturrar. Sentei-me, olhando tudo com curiosidade. Garçons ágeis e elegantes com seus espetos em punho... nenhum prato vazio, nenhum comensal a esperar. Juro que até tentei servir-me de salada, mas o quê. Churrascaria não é lugar de aspargo, salada de shiitake, cenourinhas baby ou rúcula com Dijon. Comecei com um queijinho assado, depois um coração de galinha, até que cheguei a ela. Demorou 26 anos para acontecer. Apaixonei-me. Por uma picanha mal-passada, temperada com sal grosso. Comi pura, depois com arrozinho, farofa e vinagrete. Agora entendo meus compatriotas. De ontem em diante, eu sou frequentadora de rodízios, bebo chope e caipirinha. Enquanto espero por ela, como uma polenta frita, olho o movimento, recuso perdiz, alcatra e cupim. Não, obrigada, sem alho. Manda vir aquela outra... Guardo-me para a picanha mal-passada, aquela ali, temperada com sal grosso.
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