Quando eu era novinha, meu pai não deixava. "Moça filha minha não namora dentro de carro", bradava aos quatro cantos. Tinha medo que ficássemos mal-faladas. Por incrível que pareça, eu era considerada uma santa, pois só estudava. Deu-se que passei toda a adolescência e cheguei quase aos 20 sem saber o que era um puta-amasso-dentro-do-carro-na-porta-de-casa. Quando já podia -livre das garras de papai, que ficara em Tiofilootoni- eu só namorava moço que morava sozinho e/ou tinha medo de ser assaltado. Daí que hoje, 26 aninhos nas costas, eu ainda gosto de carros em ruas tranquilas e escuras.

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