ALONE, ALONE, ALONE n'est pas mal

Até o Rafinha chegar, eu moro sozinha. E eu normalmente odeio morar sozinha. Isso porque você tem que fazer tudo você mesma, não tem companhia para jantar e, é claro, ninguém para rachar o aluguel. Temporariamente, morei seis meses sozinha no apto da KK em São Paulo. Era uma delícia, cheio de livros e CDs, no meiozinho da Vila Madalena. Eu estava solteira e todo dia dormia um homem diferente em casa. E todo dia não é modo de dizer. Tive alguns namoricos, conheci o Jorge.... O Jorge era um português bem gatinho que conheci na Internet e ele vivia dizendo que um dia vinha cá me visitar. Era português, ora pois. E veio. Ao contrário do que realmente acontece, o moço era um gato, olho azul, saradinho.. nos divertimos a valer indo ao Antiquarius com meu Fiat Uno caindo aos pedaços. Nos vimos mais um bocado de vezes mas nada foi igual aos primeiros dias na rua Fidalga, tomando café na padaria Santa Etienne. O tempo passou, eu moro em Miami e o gajo passou de Chicago para Braga, no norte de Portugal. Ontem entrou no messenger e disse-me que eu fui muito especial em sua vida. Que está a sair com algumas mulheres, nenhuma tão interessante quanto eu fui. Eu acredito em tudo, fico sorrindo muito cheia de mim e nem me preocupo se é ou não verdade. Ser solteira as vezes tem suas vantagens.